segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Resumo sobre o 14º Congresso de Gerenciamento de Projetos do PMI-RS

Na quinta e sexta passadas (19 e 20 de Outubro) ocorreu em Porto Alegre o 14º Congresso de Gerenciamento de Projetos do PMIRS. Tive oportunidade de assistir a várias apresentações do evento. Em algumas delas, tomei notas e as compartilharei agora nesta postagem.

Por que a liderança é um dos eixos do PMI e como construí-la - Manuel Bogado

Ao meu ver, esta apresentação do Manuel Bogado foi a melhor do evento. Ele utilizou o contexto e a vida do Alexandre, o Grande, para compartilhar conceitos de liderança. E fez isto fazendo associações com temas/desenhos egípcios.
Segue alguns trechos anotados e resumidos da apresentação:

Liderança é sobre PESSOAL. Gerenciamento é sobre COISAS.
"Líder é aquele que conhece o caminho, percorre o caminho e aponta o caminho" - John C Maxwell
"O valor da vida está nas mudanças que você causou nas outras pessoas"
"A verdadeira liderança se trata de saber amar as pessoas"

Manuel então resume um pouco sobre a vida de Alexandre, o Grande, para fazer a ligação com a definição dos 4 Reinos da Liderança
Alexandre, o Grande, estudou com Aristóteles. Filho de Felipe II (maior estrategista da Grécia até então) e de Olímpia. Aos 20 anos recebeu o trono da Macedônia, após a morte do pai. Colocou em andamento projeto para provar a hegemonia grega e conquistar novos reinados. Aos 21 anos, após ter conquistado o Egito, visita o Oraculo de Siwa, do deus Ammom, para questionar se "era o filho de Zeus" e se "conquistaria o mundo". Recebe, do oráculo, os ensinamentos dos quatros reinos da liderança.

Ouroboros : símbolo egípcio da serpente engolindo o próprio rabo, que significa renovação constante do ser humano.

Reino da Hiena - Ego: Baseado no medo. Cargo de liderança que exerce o medo na equipe. Identificação com o cargo ("sabe com quem está falando?"). Não sabe quem é. Desvaloriza as pessoas. Alta rotatividade na equipe. Obtém o mínimo da equipe. 

Reino do Cachorro - Coragem: identifica valor nas outras pessoas. Abre-se e assim gera um relacionamento. Torna-se conhecido e cria confiança. Licença para liderar. Gera bom clima organizacional.

Reino do Búfalo - Inspiração: o seu trabalho é juntar as pessoas. Coloca espírito nas pessoas. É o exemplo da equipe. Gera momentum. Constrói times. Seguimos o que vemos, não o que ouvimos (exercício do "aponta o dedo para o queixo mas pede para apontar para a buchecha").

Reino do leão - Amor: Cria outros líderes. Só quando isto ocorre em uma organização, ela consegue renovar e perpetuar. Sacrificar pelos outros. Deixar o legado. Crescimento sustentável. Maior satisfação pessoal. Nelson Mandela e exemplo do respeito aos outros (chofer).

Organizações com líderes de estilo Hiena, não inspiram seus colaboradores. Deve-se buscar sempre o desenvolvimento através do ciclo Cachorro-Búfalo-Leão.

Como se tornar um líder de PMO bem sucedido - Américo Pinto

No congresso do ano passado (2016), a apresentação do Américo havia sido muito boa. Neste ano não foi diferente. 

Não existem verdades absolutas a respeito de PMOs. Compreenda as diferentes perspectivas. 

Abra a cabeça para entender outras experiências. Não há caminhos certos ou errados com relação ao PMO.

Pratique o desapego de ideias. 

Saiba onde você quer chegar como profissional de PMO. Manter o foco do PMO alinhado com o momento da empresa (i.e.: na crise, foco em custo e prazo ao invés de foco estratégico).

Tenha cuidado com Benchmarking. O contexto é diferente, então o resultado provavelmente será também. Use como inspiração, não como verdade absoluta.

Não siga simplesmente a manada. Questione e pense no que faz sentido a você naquele momento.

Entenda as necessidades reais da organização. Crie o seu PMO específico para seu negócio.

Estabeleça compromissos. O stakeholder quer o resultado/benefício, não quer saber o meio para chegar lá.

Busque o reconhecimento de que seu PMO está entregando valor. Um PMO premiado e reconhecido externamente pode ser fechado/demitido se não estiver alinhado com a organização e suas prioridades e, mais do que isto, se não dizer isto para a organização onde atua.

Detalhes sobre formação profissional da pessoa cumprindo a função de PMO:
  • Tenha visão e ação mais estratégica do negócio da empresa
  • Tenha networking e aprenda com os outros
  • Tenha atitude: faça o que tem de ser feito
  • Goste do que você faz
  • Encontre sua porta de saída: "ninguém merece ser PMO para o resto da vida"
  • As oportunidades estão por aí... saiba encontra-las e monta-las para você (Exemplo de fazer palestras gratuitas no exterior)

Mantra pessoal sobre carreira
  • Paixão
  • Preparo
  • Perspicácia para perceber
  • Persistência
  • Paciência
Os seus limites são impostos por você, não pelos outros.

O impacto do guia pmbook 6° edição no GP e mas certificações do PMI - Mauro Sotile

Acompanhar as mudanças do guia é se antecipar ao que vai acontecer.

Comunicação e networking são aspectos fundamentais do gestor de projetos.

O objetivo maior é atingir os benefícios dos projetos, mais do que entregar no prazo e dentro do custo.

As áreas de conhecimento foram estruturadas com:
  • Conceitos-chave
  • Tendência e práticas emergentes
  • Considerações de adaptação
  • Avisando para ambientes ágeis

Tipos de Estruturas Organizacionais Novas
  • Orgânica
  • Virtual
  • PMO
  • Multifuncional
  • Funcional
  • Projetada
  • Matricial
Novo artefato (Plano de Gerenciamento de Benefícios) para garantir que o projeto entregue os benefícios esperados pela empresa.

Os desafios do PMO das instituições financeiras - Dagoberto Trento (facilitador do Painel)

Neste painel, estavam responsáveis pelos PMOs do Banco Volkswagen, Caixa Econôminca, Sicredi, Banco Citi e B3 (Bovespa).
Seguem alguns tópicos capturados durante as discussões e perguntas:

Comitê específico para avaliar real dependência/impacto de demandas regulatórias nos projetos. Ter visão imparcial para poder priorizar.

O PMO nada mais é do que colocar regras para gastar o dinheiro da empresa.

Falar o idioma do Board/executivos, não o tequinequês do projeto (cronograma, prioridade, escopo, etc). Falar em investimento, retorno, npv, custo, multa por não fazer, etc.

Papel de relacionamento interno, compartilhando informação com todas as áreas.

Dificuldade em estimar benefícios previstos nos projetos. Depois, dificuldade em capturar/avaliar os benefícios realmente entregues.

Revisar os projetos finalizados e calcular os benefícios entregues por eles. Avaliar e comparar com a previsão inicial dos seus benefícios.

PMO incentivar mudanças nos projetos em execução para aumentar o benefício esperado do projeto.

PMO gerar conhecimento com base nas Informações que ele já coleta em sua operação.

A gestão de projetos no ecossistema de startups - Guilherme Souto (facilitador do Painel)

Guilherme Souto facilitou este painel com alguns responsáveis por aceleradoras e acelerados.

Tecnologia exponenciais (dobram a cada 1-2 anos)
Incerteza constante. Fluides. Aceleradora não faz gestão de portfólio. Faz coaching e compartilhamento de boas práticas. 
Foco é a equipe. Selecionam principalmente o empreendedor. Sócios com características complementares:
  • Metódico: gestao
  • Arrojado: quebrar barreiras
  • Técnico: conhece a tecnologia
Precisa ter um propósito. Auto-conhecimento do líder/empreendedor. Capacidade de inspirar a equipe.

Cada vez mais Multidisciplinar. Conectar com público interno e externo. Não precisa ser democrático. Pode ser autocrático (pela velocidade) mas precisa ouvir os outros.

Os 3 perfis do empreendedor
  • Cabeça-dura
  • Aceita tudo
  • Ouve, reflete e decide
Problema é ficar olhando para dentro, para a tecnologia, e esquecer de olhar o mercado e se conectar com a necessidade a qual está atendendo.

Aceite as falhas. Aprenda rápido e com o menor custo.

Monitoramento e controle de loops em projetos - José Finocchio Jr

Conforme o próprio Finocchio comentou, sua apresentação foi bem técnica (e não de gestão). 
O assunto trouxe conceitos novos de BlockChain para o contexto dos projetos e da forma de controlá-los.
Como o próprio Finocchio disse, na primeira vez que ouve-se esta palestra, não se entende o conceito. Apenas na segunda vez é que começa a fazer sentido.
Então abaixo algumas anotações de quem ainda não entendeu a apresentação e as ideias do Finocchio. Quando eu entender, compartilho mais detalhes :-)

Satoshi Nakamoto - escreveu o paper base para o blockchain.

Ideia do Finocchio de utilizar os recursos das tarefas do projeto como se fossem moedas, para ter controle de entrada dupla no valor.

SmartContract - escrito em linguagem de programação. Quando encontrar uma certa condução, já transfere os recursos automaticamente.

Ethereum: linguagem de programação para Smart Contracts.

O SmartContract padroniza a velocidade de execução das atividades. Takt.

DAO - empresas criam contratos para reproduzir o comportamento de processos que replicam negócios inteiros.


ICO - ativo digital de um ativo fisico

domingo, 22 de outubro de 2017

Opinião do livro "Empreendedores Inteligentes Enriquecem Mais", de Gustavo Cerbasi

Vários amigos já haviam recomendado livros do Cerbasi ("Investimentos Inteligentes" e "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos"), mas até então nunca tinha lido algum deles. Por enquanto, "Empreendedores Inteligentes Enriquecem Mais" foi o único livro que li do Gustavo Cerbasi. Escolhi este pelas recomendações do autor e por este título ser mais focado para empreendedores, visto que eu estava (pelo menos quando comprei o livro) em meu período mais empreendedor. 
Direto ao ponto quanto ao livro: gostei bastante do livro. Contudo (e sempre tem um 'contudo'), fiquei de certa forma incomodado com o livro. Isto talvez explique o fato de eu ter levado um ano para lê-lo. O autor monta toda sua argumentação tratando o empreendimento/negócio que se está desenvolvendo como sendo um investimento. Óbvio, não? Sim, claro. Super óbvio. Entretanto, todos os questionamentos e comparações que o autor faz com o negócio, faz com que o empresário (eu, no caso) comece a questionar quanto a viabilidade (e rentabilidade) da empresa. Afinal, pergunta o autor em um misto de pegadinha e provocação: "qual é o objetivo de toda empresa? Gerar Lucro? Não, gerar rentabilidade!". Agora vamos combinar que esta forma de pensar não é tão óbvia. Pelo menos não era para mim. Entenderam então o 'tom' da minha leitura deste livro, certo? À medida que o autor introduzia e explicava conceitos bem interessantes de contabilidade (Patrimônio Líquido, Ativo, Passivo, etc...) também falava sobre suas utilidades para efetuar análises de ROA, ROE, IRR, etc. E, no meu caso novamente, eram valores e indicadores que eu desconhecia (e ainda desconheço, sendo sincero) da minha própria empresa. Em resumo: a leitura do livro auxiliou a sedimentar minha decisão quanto a continuar ou não em meu negócio atual.
Agora estou folhando o livro e analisando o índice para ver qual capítulo comentar como indispensável ou qual até dizer como não muito importante. E estou com dificuldades para dizer qual pode ser 'pulado': todos vão construindo a base de conceitos que servem para, no fundo, analisar sua empresa como um investimento (lembra que isto era aquele óbvio que falamos antes).
Quanto ao ponto mais crucial (além da frase/pegadinha que já falei, diria que foi o capítulo intitulado "A arte de ler números", no qual o autor apresenta formas de avaliar um negócio/empresa olhando seus números. Para tanto, explica os principais indicadores financeiros para avaliar o quanto um negócio é interessante ou não, quanto a Rentabilidade, Liquidez e Endividamento. Mas o livro é construido para que o leitor chegue a estes indicadores tendo sido introduzido aos conceitos necessários para calculá-los e entendê-los.

Enfim, recomendo a sua leitura por 'provocar' o empresário, dono já de um negócio, a ter conhecimento dos indicadores do seu negócio. Quando eu decidir retornar a vida de empreendedor, com certeza seguirei as dicas e buscarei respostas para os questionamentos provocadores que Cerbasi faz nesta obra quanto a viabilidade dos empreendimentos (mas desta vez, antes de empreender, é claro).

domingo, 15 de outubro de 2017

Livro "Winning", de Jack Welch

Jack Welch é uma referência em gestão, com seu estilo honesto e direto, sempre mantendo o foco nas pessoas, trabalho em equipe e lucros. Em seu livro Winning, compartilha parte de suas crenças e técnicas de gestão que utilizou na GE (General Eletrics). Compartilharei a seguir alguns trechos interessantes do livro.

Na hora de contratar, teste as pessoas para saber se:
  • Elas tem integridade - Honrando sua palavras e dizendo a verdade;
  • Elas são inteligentes - E possuem curiosidade e amplitude de conhecimento para trabalhar com outras pessoas inteligentes;
  • Elas são maduras - E por isso capazes de lidar com stress e contratempos, respeitando as emoções dos outros, são auto confiantes e tem um senso de humor.
"Siga seus sonhos, a vida é muito curta para viver os sonhos de outra pessoa."

"Se você está buscando uma nova oportunidade, nunca peça demissão na anterior. A maioria das empresas prefere contratar alguém que está trabalhando atualmente. E se você tem um emprego, seja bom nele. Nada vai ter dar um novo emprego mais rápido do que ser fantástico em seu emprego atual."

"Jack Welch criou a regra do 20-70-10, para classificar seus funcionários em níveis de performance anualmente. Os 20% melhores merecem elogios, reconhecimento, treinamento e, é claro, maiores salários e comissões. Os 10% piores precisam ser liberados para seguirem para outras empresas. É difícil aceitar isso num primeiro momento, mas esta é a melhor decisão para todos e eles vão encontrar funções mais adequadas aos seus talentos em outras empresas no futuro."


"O modelo tradicional de orçamentos anuais leva à celebração de resultados que não mereceriam celebrações, como por exemplo quando a meta é batida mas os concorrentes da empresa vão ainda melhor. Outro cenário seria, por exemplo,quando um departamento vai mal, mas deveria ter um desconto com relação a sua performance se todos os outros competidores foram muito piores do que ele"

domingo, 8 de outubro de 2017

Sem Limites - Netshoes

Neste livro conta-se a história da fundação da NetShoes, criada pelos primos Marcio Kumruian e Hagop Chabab em 1999. A empresa iniciou com  uma loja física em São Paulo, com um investimento de R$50.000. Teve inicialmente sua expansão para uma segunda loja física, a qual não acabou não vingando. Mas foi em 2002, com o início das operações pela internet (usando o Mercado Livre como canal) que a empresa começou a alterar sua história. Os primos tiveram a sensibilidade e o tino de negócio para apostar no crescimento do canal de vendas via internet. Mas não focando apenas em preço: focando em serviço de qualidade. Ofereciam entrega em 48 horas nas compras pela internet, entre outras coisas.
E no período entre 2006 e 2010, dobravam o faturamento ano após ano. Nos anos seguintes ainda tiveram crescimento elevado, mas não no mesmo patamar que no período anterior.
Acredito que dois pontos merecem destaque nesta trajetória dos empreendedores: 
  • Busca por novas oportunidades de negócio ainda não exploradas: NetFit (mostruários em academias), Internet!
  • Inconformidade em oferecer um melhor serviço aos clientes (refletido nas várias versões do eCommerce, nos prazos de entrega, etc.
E também davam muita atenção para o setor Comercial, coração da empresa. Hagop liderava esta área e dizia que toda venda iniciava-se pela compra. Ficou conhecido no mercado por conseguir fazer grandes marcas, como Nike, Adidas, etc aceitarem seus termos de negociação (decorrência do tamanho e expressividade que as compras da NetShoes tinham para estas grandes marcas).

domingo, 1 de outubro de 2017

A Triade do Tempo

No livro 'A Triade do Tempo', o autor Cristian Barbosa, define 3 tipos de tempos: Urgente, Circunstancial e Importante.

Segundo ele, perdemos muito tempo com urgências e itens circunstanciais (que na prática são ações/tarefas/atividades não importantes) e dedicamos pouco tempo para itens realmente importantes. Com isto ficamos frustrados e estressados, por termos impressão de não estarmos focando no que é importante para nós. Para evitar isto, ele sugere o seguinte ciclo de ações sequencial para focar no que é importante. 

São estas as etapas:
  1. Identificar: identificar o que é IMPORTANTE para você em qualquer um dos quatro corpos que possuimos (Físico, Emocional, Espiritual e Mental)
  2. Definir Metas: ter clareza em onde quer chegar em relação a cada um destes corpos. Pensar em Curto prazo (1 ano), médio (de 1 a 5 anos) e longo prazo (acima de 5 anos). Pense em você no final da vida refletindo no que realmente gostaria de ter gastado tempo e ter feito.
  3. Planejar: Determine como fará para alcançar estas metas que foram definidas. 
  4. Organizar: Priorize as atividades importantes, mas deixe tempo reservado para as Urgentes e Circunstanciais (pois elas aparecerão). Ideal é planejar a semana antes de iniciar (ainda no domingo).
  5. Executar: é o momento onde tudo acontece. Com base na organização e planejamento feitos, execute o que tem de ser feito. Mantenha o foco em fazer o mais importante primeiro e não fique 'pulando' de tarefa em tarefa, começando pelas mais fáceis, apenas para sentir-se 'completando' algo.
E será que isto realmente funciona? Vou tentar seguir e comento em uma próxima postagem.